Origem da Caixa de Pandora
Pandora foi a primeira mulher que
existiu, criada por Hefesto (deus do fogo, dos metais e da
metalurgia) e Atena (deusa da
guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados
por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade.
Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros a persuasão, a
inteligência, a paciência, a meiguice, a habilidade na dança e nos trabalhos
manuais. Hermes, porém, pôs no seu coração a traição e a mentira. Feita à
semelhança das deusas imortais, destinou-a Zeus à espécie humana, como punição
por terem os homens recebido de Prometeu o fogo divino. Foi enviada a Epimeteu,
a quem Prometeu recomendara que não recebesse nenhum presente dos deuses.
Vendo-lhe a radiante beleza, Epimeteu esqueceu quanto lhe fora dito pelo irmão
e a tomou como esposa.Epimeteu tinha em seu poder uma caixa que outrora lhe haviam dado os deuses,
que continha todos os males. Avisou a mulher que não a abrisse. Pandora não
resistiu à curiosidade. Abriu-a e os males escaparam. Por mais depressa que
providenciasse fechá-la, somente conservou um único bem, a esperança. E dali em
diante, foram os homens afligidos por todos os males.
Hesíodo conta duas vezes o mito
de Pandora; na Teogonia não lhe dá nome, mas diz: Dela vem a
raça das mulheres e do gênero feminino: dela vem a corrida mortal das mulheres
que trazem problemas aos homens mortais entre os quais vivem,nunca companheiras
na pobreza odiosa, mas apenas na riqueza..Hesíodo segue lamentando que aqueles
que tentam evitar o mal das mulheres evitando o casamento não se sairão melhor:
Ele chega à
velhice mortal sem ninguém para cuidar de seus anos, e, embora, pelo menos, não
sinta falta de meios de subsistência enquanto ele vive, ainda, quando ele está
morrendo, seus parentes dividem suas posses entre eles.Hesíodo admite que, ocasionalmente, um
homem encontra uma mulher boa, mas ainda assim o "mal rivaliza com o bem”.(Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pandora).
P.S.: “Costuma
ser um lugar-comum, em inúmeras mitologias, o aparecimento recorrente da “caixa
de Pandora”, isto é, a imprudência feminina como causa de males para o gênero
humano. Aliás, é interessante observar que a “curiosidade imprudente” costuma
ser invariavelmente um atributo feminino, como se houvesse nas mulheres um
peculiar “desejo de saber” catastrófico, um impulso à transgressão que
contrasta paradoxalmente com a imagem da docilidade e da obediência (imagem que
as tragédias gregas e as lápides romanas não nos deixam circunscrever apenas à
mulher “vitoriana” do século XIX). Poderíamos, com certa perplexidade, indagar
se a “curiosidade imprudente” atribuída às mulheres não exprimiria muito mais
desejos e fantasias masculinas do que ‘instintos’” femininos” (CHAUÍ et al,
1981, p.28).
REFERÊNCIA:
CARDOSO, Ruth; CHAUÍ, Marilena; PAOLI, Marilena. Perspectivas Antropológicas da Mulher. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
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